Cincos sentidos à mercê do Neuromarketing

Posted on: Tuesday, Aug 6, 2013

Novo post do Periskópio para a Ciranda de Blogs, projeto que busca fomentar a área de comunicação com diversos pontos de vista a cerca de um mesmo assunto. Essa semana o tema é Neuromarketing.

A especialização do Neuromarketing é um conhecimento admirável, embora tão polêmico agora que as neurociências realmente estão atingindo níveis de capacidade de leitura cerebral que beiram o fantástico. Recentemente foi anunciado o equipamento chamado Monster Dreamer, da Thinker Thing, que consegue ler a mente de um indivíduo e formar uma imagem em 3D num computador que o imprime em uma impressora 3D, um imenso avanço na decodificação de ondas cerebrais para textos e imagens legíveis através de máquinas. As neurociências já estão realizando inovações que poucos podem imaginar.

Recentemente, ministrei um workshop sobre o assunto na Rae,MP para fomentar discussões interessantes e úteis sobre o assunto, e como poderíamos melhorar a performance das ações publicitárias tendo tais informações como base. Veja abaixo a apresentação do conteúdo do workshop:

Este workshop foi focado nos impulsos neurais causados pelos cinco sentidos, embora o Neuromarketing também analise os impulsos derivados da própria cognição (através da Semiótica, principalmente) e até mesmo dos processos fisiológicos do ser vivo. Entretanto, grande parte dos ditos “especialistas em Neuromarketing” se esqueça dos impulsos derivados dos sentidos e da fisiologia, atuando muito mais como especialistas semióticos, preocupados com o que o público-alvo entende por formas, cores, sons e tudo o que já tiver sido decodificado pelo cérebro consciente. O segredo está no que o cérebro subconscientemente decodifica.

Tecnologias voltadas ao Neuromarketing são, para mim, o menos relevante atualmente. O que é importante mesmo é a compreensão do que esta especialidade pode fazer sobre os indivíduos, e se isso é necessariamente bom ou ruim. Veja alguns exemplos de assuntos polêmicos:

  • Caso eu utilize alguma frequência sonora, padrão luminoso ou ambiência olfativa em um ponto de venda que deixe o consumidor mais relaxado, estarei eu manipulando-o para comprar mais ou apenas deixando-o mais à vontade para comprar algo que ele já pretendia comprar e estava apenas atrapalhado por impulsos sensoriais que o impediam de comprar tão automaticamente?
  • Uma vez comprovadas as estratégias para “facilitação” de aumento de vendas através do Neuromarketing, seria dever das instituições da classe publicitária (Aba, Abap, Abemd, Abracom, Abp, Ampro, Conar, Fenapro etc.) realizar campanhas de conscientização aos cidadãos leigos no assunto, para que eles estejam preparados para resistir a tais estratégias?
  • Ler as atividades cerebrais de um indivíduo e até materializar seus pensamentos em texto e imagem (como o citado Monster Dreamer) constitui invasão de privacidade? Posso saber sobre as áreas ativas do cérebro, estática da pele e batimentos cardíacos de qualquer pessoa para fins comerciais, ou estaria eu infringindo leis de privacidade?

Apenas com estas questões perfeitamente respondidas é que o Neuromarketing poderá se desenvolver de forma ordenada e realmente em prol das relações comerciais salubres entre empresas e consumidores.

Veja mais sobre Neuromarketing em:

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